Calma, pessoal! Já estou chegando!
Atrasei um pouco porque as renas pegaram Covid, mas passam bem, graças à vacina.
A neve intensa também atrapalhou a travessia pelo Polo Norte e outros estados norte-americanos. Mesmo assim, estamos bem pertinho da América do Sul, agora, loucos para chegar ao Brasil e pegar uma praia.
Há poucos dias, conseguimos passar pelo Peru, onde a coisa tá feia, minha gente! Na verdade, não sei onde a coisa está boa. Só sei que é quase Natal e precisamos chegar a tempo de espalhar um pouco de paz e dar comida a quem precisa. E são muitos os abandonados (pessoas e animais).
Quando entrarmos no território brasileiro, faremos uma pausa na Amazônia para respirar um ar mais puro, se isso ainda for possível, e tentar semear um pouco informação, além de plantar mais árvores nativas, claro. E nada de presentes para quem devasta este santuário, indiscriminadamente!
Tentarei ser bonzinho com aqueles que se dedicaram no amor ao próximo, na solidariedade, na preservação da natureza, no carinho e no abraço fraterno, na gentileza, no compartilhamento do bem e, para quem pode, dos bens que não farão falta.
As renas estão eufóricas para se refrescar nas praias nordestinas e para conhecer os jegues, de quem tanto falam. Também querem passear pelo Corcovado e o Pão de Açúcar, mas isso está descartado porque elas não sobreviverão na subida com um calorão desses. Nem eu!

Melhor mesmo descansarmos em locais de clima mais temperado, como o Sudeste do país, para chegarmos inteiros ao Rio Grande do Sul, onde sei que vocês nos esperam como aquele baita churrasco. Nada de chester ou peru, por favor! Muito menos, chimarrão! Quero um costelão com chope gelado.
Hoje, chegamos aqui na fronteira com o Uruguai, onde fizemos uma pausa para as renas pastarem no Pampa gaúcho e percebi que elas acordaram um pouco estranhas, carregando os presentes no trenó com uma certa má vontade. Deve ser o cansaço de tão longo trajeto. Me chamou a atenção, também, que esqueceram o caminho, não sabem em que lugar estamos e me olham como se eu fosse um completo desconhecido. Meninas!!! Sou o Papai Noel, lembram????
Que nada! Viraram as costas e só querem ficar deitadas. Só pode ser sequela dessa Covid ou Burnout por excesso de cortisol e adrenalina, diante de tantas demandas reprimidas com essa peste que assolou o mundo.
Logo agora, que estamos quase chegando para comemorar o Natal com vocês, elas resolvem me boicotar. Mas não tem problema. Se necessário, seguirei sozinho até onde for possível. Alguns presentes eu posso despachar pelo Sedex, já as renas….não sei, não!
Ainda assim, alimento a esperança de que amanhã de manhã elas acordarão mais dispostas e me olharão com o carinho de sempre, prontas para cumprirmos juntos a nossa missão. Este, sim, será o meu maior presente de Natal porque sem elas, devo confessar, eu não sobrevivo por muito tempo. O que é um Papai Noel sem renas? E o que é o Natal sem união, amizade e parceria para enfrentarmos o novo ano que desponta?
Vamos, meninas! Levantem-se porque já sinto o cheiro da carne na brasa, feita por essa gente que nos recebe com aquela gritaria gaudéria para espantar qualquer pandemia, no afeto caloroso que só os gaúchos e, claro, todos os brasileiros têm. Tá certo que não ganhamos a Copa, alguns perderam a eleição, muitos aceitaram, poucos se revoltaram, mas a maioria segue, graças a Deus, ainda acreditando em Papai Noel!
Feliz Natal a todos os amigos e leitores, com votos de saúde e paz!