“I Know” é uma frase que está estampada em uma camiseta que ganhei, cujo complemento dela é outra camiseta escrita “I love you”. A tradução para “I Know” é “Eu sei”.
A camiseta em si é super discreta, mas descobri o quanto uma simples frase pode chamar a atenção quando usei a referida roupa num dia de trabalho. Não havia quem me perguntasse “o que tu sabe?” ou então brincasse dizendo “tem certeza?”, numa referência a afirmação da roupa.
De forma automática lembro da frase “Só sei que nada sei”, atribuída originalmente ao pensador grego Platão, derivado de uma narrativa deste a respeito do filósofo Sócrates. E então filosofando, me pergunto: O que eu sei? O que de fato realmente importa?
Bem, a primeira conclusão a que chego é que me esforço para saber, sempre. É uma característica minha. E talvez por isso eu tenha resolvido voltar aos bancos acadêmicos depois de anos longe da Universidade.
Há um conselho antigo e constantemente escutado, especialmente de pessoas com mais experiência de vida, que trata dessa questão do “saber”. “O conhecimento é a única coisa que ninguém pode lhe tirar”, visto que, uma vez adquirido, ele permanece conosco, ao contrário de bens materiais, que podem esvaiar-se de uma forma ou outra.

Da mesma forma, um grande amigo meu e professor da FACCAT, Luís Antônio Licks, comentou certa vez que de nada adianta acumular conhecimentos se não os usarmos para promover o nosso próprio crescimento e o das pessoas ao nosso redor. É preciso compartilhar. Não sei se ele lembrará dessa conversa, mas o Luís Licks é um grande estudioso da economia e admiro nele a capacidade de repassar e compartilhar o conhecimento. Tanto é que nunca esqueci dessa frase dele.
E nessas divagações sobre “saber”, eu gostaria de dizer o que “eu sei”, ou “o que descobri”.
Eu sei que a gente tenta controlar o tempo, os acontecimentos, mas talvez o máximo que a gente consiga seja estabelecer uma certa rotina. Sim, porque há coisas que fogem ao nosso controle, que não dependem de nossa vontade e que nos obrigam a tomar decisões ou repensar atitudes. Por acaso alguém previu que uma pandemia nos obrigaria a um distanciamento forçado de nossa rotina habitual, em pleno século XXI?

Eu sei que deveria abraçar mais, de dizer mais vezes “eu te amo” às pessoas a quem realmente nutro esse sentimento (sejam familiares, amigos ou pessoas merecedoras dessa afirmação). Também sei que paciência, serenidade e empatia, são virtudes que devemos cultivar. Por que será que às vezes esquecemos disso?
Descobri ainda que ser pai ou mãe exige dedicação, abrir mão, paciência (olha ela aí de novo). Descobri que a gente mais aprende do que ensina aos pequenos.
Eu sei, e me esforço, para ser presente na vida do meu filho, da minha esposa, dos meus amigos especiais e fiéis, mas muitas vezes parece que não foi suficiente. Acredito que na verdade o que acontece é uma cobrança exagerada de nossa própria parte, sempre buscando os extremos, quando na verdade temos que buscar o equilíbrio.

Eu descobri que estamos sempre aprendendo, e quando necessário, e havendo convicção, reaprendendo. Também me esforço para usar “Eu sei” quando tiver convicção e confiança, mas sempre com ouvidos prontos a escutar o outro lado, o pensamento divergente, o que nem sempre é fácil.
Eu sei e descubro diariamente, que sempre há tempo de fazer diferente, de modificar ou consolidar. Basta querer, esforçar-se, entregar-se.
Eu sei muito e pouco, ao mesmo tempo. Justamente por nossas vidas são esse espaço temporal cheio de oportunidades, de desafios, de realizações, de aprendizados.
Eu sei que há muito a realizar, mas especialmente de sonhar. Sabendo disso é que sempre haverá espaço para crescermos. Como pessoas, como comunidade, como mundo. Na verdade, eu pensei que sabia, mas me conscientizei que sou um eterno aluno e sempre posso aprender. Portanto, “Sapere Aude” ou “Atreva-se a conhecer”! Uma receita, um lugar novo, uma nova filosofia de vida, um novo jeito de trabalhar. Sem buscar certezas, mas sim, experiências, vivências e crescimento pessoal.