Em um mundo tão tecnológico, como despertar o interesse das crianças pelos livros e pela leitura? Este é um desafio dos tempos atuais e a Manas Livraria, de Igrejinha, vem fazendo a sua contribuição. Na tarde de quarta-feira (28), uma Caminhada Literária com destino a livraria envolveu alunos, professores e familiares, além da presença de um convidado especial: o escritor Amauri Confortin. Participaram do momento três turmas da EMEF Prefeito João Darcy Rheinheimer, de Igrejinha, e uma turma da Escola de Educação Infantil Cedelinho, de Três Coroas.
A primeira parada dos estudantes foi a Praça Dona Luiza, no Centro de Igrejinha, onde os estudantes ouviram a primeira parte do livro “O Serelepe e o Paradão”. O grupo seguiu em caminhada costeando o Rio Paranhana junto aos decks, com novas paradas para leitura e conversa, com o objetivo final de chegar na Manas Livraria. Lá, foram recepcionados pela proprietária Narete Santos e pelo escritor Amauri Confortin, que aguardava os estudantes para contar o restante da estória do livro, além de participar de um momento de conversa com os pequenos.








Assim como a estória contada no livro, que estimula o personagem a mudar suas atitudes e hábitos para ter mais qualidade de vida e saúde, a Caminhada Literária tem o mesmo propósito. A atividade envolve leitura e reflexão e desperta muitas sensações positivas nas crianças que mostravam muita empolgação em fazer a caminhada, debater a história e, principalmente, em encontrar um escritor.
Envolvimento da família na experiência
As professoras Katia Konrath e Magda Müller Lopes contam que a atividade começou em aula, com a obra sendo trabalhada com os alunos. Eles tiveram que criar, juntamente com suas famílias, os personagens do livro com materiais reciclados, envolvendo outras habilidades. No dia da Caminhada Literária, alguns pais e familiares foram voluntários para realizarem a leitura de trechos do livro. “Foi um momento muito bacana, que teve o envolvimento das famílias e das crianças. Foi todo um suspense para chegar aqui e conhecer o autor e ouvir o final da estória. Este é um trabalho muito legal que pode ser uma inspiração para outras ações. Para muitos alunos, essa foi a primeira vez entrando em uma livraria, nesse universo de livros e possibilidades. E isso também é muito positivo”, reflete Katia. “Para desenvolver bons leitores e escritores, temos que fazer isso desde pequenos. Toda a atividade também foi uma forma de incentivar as famílias a lerem em casa com seus filhos. Esse é um momento que ficará na memória afetiva deles. Fazer uma trilha como os personagens do livro perto da mata e da floresta foi muito legal”, conclui. Magda. Ela reflete ainda que essa saída do ambiente escolar e a possibilidade de explorar e conhecer a cidade é engrandecedora.
Ficar perto estimular os leitores
“Quando eu era criança e ia a uma livraria ou feira do livro, tinha muita vontade de conhecer o autor dos livros que eu gostava, mas a chance era uma em um milhão”, relembra o escritor Amauri. Por isso, agora que ele é escritor, faz questão de ter esse contato com as crianças e mostra a elas que um escritor é uma pessoa como eles, não um ser inatingível. Em sua fala com os pequenos leitores, ele conversou sobre a criação da obra, como surgiram os personagens e respondeu diversas perguntas do curioso público. Ele aproveita também para “plantar a sementinha” de que, entre eles, pode ter alguém que se torne escritor. “Isso vai ser a maior alegria! Eu apelo muito para que as famílias e todos os adultos que tem contato com crianças façam leitura compartilhada, instiguem o imaginário das crianças e viagem com elas nas estórias. Além de estimular a leitura, estimulem também a escrita, pois todos tem um grande acervo de coisas a contar”, propõe.