Sexta à tarde fui ao cinema com duas amigas. Seria um acontecimento normal, não fossem os dois anos de pandemia que passamos assistindo filmes e séries em plataformas de streaming. E o que é pior (ou melhor), dependendo do ponto de vista, em casa!

É preciso reconhecer que fomos salvos por isso durante os dias de confinamento. Sem a internet teríamos perdido a sanidade, além de todos os lançamentos que pudemos assistir do sofá da sala.

Eu, particularmente, já não ia ao cinema há muitos anos, quando nem imaginávamos o que estava por vir. A cidade onde eu morava desativou a única sala de exibição que havia em um shopping na rua principal. Antes disso, já lamentávamos a extinção do antigo Cine Cruzeiro. Cinema, mesmo, só no shopping em Novo Hamburgo.

E foi para lá que fomos eufóricas assistir ao filme Top Gun – Maverick, com o nosso galã Tom Cruise, intercalando momentos de ação e nostalgia, pipoca e Coca-Cola, numa sala com apenas 10 pessoas, no meio da tarde. Um privilégio e uma emoção que resgatamos já nos primeiros segundos, quando as luzes se apagaram e a grande tela se iluminou.

Tem coisas que só o cinema oferece e tem coisas que só acontecem no cinema. Aquele comentário da turma no banco de trás, no meio da cena principal; o barulho do saco da pipoca, dividido pelo casal de namorados; o suspiro quando o galã aparece com aquele sorriso que não envelhece nunca. Ah, o cinema! Que saudade estávamos disso tudo!

Apesar das máscaras, ainda obrigatórias, foi possível sentir o cheiro da pipoca, do carpete, das poltronas, das pessoas. Na tela, simplesmente um novo mundo para abstrair, nos transportando em sons e imagens para uma outra realidade.

E assim saímos dessa matinê (se é que ainda se usa essa expressão) como crianças, levadas pela amizade e parceria que preenche e dá vida, assim como as cenas do filme que emociona não tanto pelo roteiro, mas pela magia do sonho que é imortal, como o protagonista do filme. E mais não digo para não dar spoiler e manter o público que resiste e sustenta essas exibições com suspiros, paixão e amor à sétima arte. Bom espetáculo a todos!