Você tem sido autêntico e verdadeiro consigo mesmo? Até que ponto está fazendo o que realmente deseja, sem hipocrisia? Não me refiro apenas em nível profissional, mas nas pequenas ações diárias, como simplesmente dizer “não”.
O fato de você ter feito sempre a mesma coisa do mesmo jeito e ter obtido sucesso com isso não quer dizer que tenha sido o melhor. Bom mesmo é conseguir, com maturidade e respeito por si, seguir o que manda a sua consciência, seu coração e sua alma.
De resto, tudo não passa de encenação. Viver de acordo com os próprios princípios requer, obviamente, a renúncia de algumas coisas, ainda que por isso haja um preço a pagar e só consegue quem realmente tem coragem de pagar para ver.
Perda de tempo é viver sob o olhar e a opinião dos outros. Um segundo vale muito para quem sabe o que quer. Já quem tenta agradar a todos sai perdedor, mesmo com milhares de seguidores.

A leveza se conquista com sabedoria. É preciso navegar muito para conseguir chegar ao porto seguro, à terra firme, que só alguns avistam. Há que se acumular milhas e milhas para poder tomar decisões coerentes e firmes consigo mesmo. Talvez isso seja parte da tão sonhada felicidade que pode ser vislumbrada todos os dias, em qualquer momento, sem perda de tempo à espera do que não existe.
Jogue sua jangada ao mar e deixe-se levar um pouco ao acaso, sem grandes expectativas. Queira o que se apresenta de qualquer maneira e não haverá mais frustração. Construa pontes que interessam e não interesseiras. Dá pra passar por águas turbulentas e sossegadas com a mesma serenidade.
E, só então, depois de avistar a outra margem, poderá dizer para si que tudo valeu a pena, desde que feito com autenticidade, verdade e leveza. Assim vivem os heróis, os personagens que idolatramos e que também morrem um dia, ainda que eternos e jovens na lembrança cultivada por todos os fãs no inconsciente coletivo.
Que seja suave a sua trajetória, então, apesar dos dramas e das comédias que cercam a humanidade. E que ao sepultar seus heróis, possa neles se espelhar naquilo que têm de melhor: uma vida digna que valeu a pena ser vivida, simplesmente, célebre ou anonimamente, mas plena de verdade e até repleta de “nãos” capazes de preservar a sua existência dessa fraude cotidiana vendida erroneamente como felicidade.