*Vanessa Sanches
Viver de cultura no Brasil não é uma tarefa fácil, e se tornou ainda mais desafiadora com a pandemia do novo coronavírus. Com a restrição de eventos culturais, artistas precisaram se adaptar à nova realidade e encontrar outras formas de exercer seu ofício. A internet vem sendo muito utilizada para esse fim, mas ainda há o problema de que os artistas precisam de retorno financeiro pelo seu trabalho.
Diversas iniciativas para difundir e fomentar a cultura no Rio Grande do Sul – bem como para apoiar os artistas – vêm ocorrendo em meio ao contexto pandêmico. Um exemplo disso é a Lei Aldir Blanc, que, inclusive, está financiando o Mapeamento Cultural na cidade de Taquara – uma ação para compreender a dimensão do cenário cultural do município e localizar ainda mais artistas e espaços que precisam de apoio.
Contribuir para a área cultural é muito importante, pois a cultura é o que carrega a história e a identidade de quem a faz e do local onde ela é feita. Sem apoio para a cultura, muito do que somos será apagado e esquecido. Essa ajuda pode ser desenvolvida tanto de forma financeira quanto por meio de divulgação, consumo e disseminação, e ainda pode partir tanto do setor público quanto privado.
Entretanto, o setor cultural é sempre muito criticado pela própria sociedade que não reconhece que este setor também movimenta a economia e diversos segmentos e profissões, e assim também deve ser valorizado. Desta forma, será possível ampliar ainda mais o diálogo sobre o papel social que a cultura tem e o seu poder de transformar as vidas de milhares de pessoas.
Por isso, é imprescindível planejar e executar políticas públicas efetivas que atendam essa demanda muito além de períodos de crise como o qual vivemos atualmente, mas que sirva de exemplo para toda e qualquer instabilidade social ou econômica que ocorra no nosso país e no mundo.
Visto que a cultura e quem trabalha com ela sempre receberam pouca atenção e visibilidade – mesmo antes da pandemia -, “abraçar” esse setor nunca é demais. Graças à Lei Aldir Blanc, ao trabalho de profissionais, universidades, empresas, associações e fundações, ainda é possível manter viva a história e a identidade gaúcha.

Vanessa Sanches é Coordenadora-geral do Instituto Gaúcho Pró-Cidadania e coordenadora-geral do projeto Mapeamento Cultural de Taquara.
Foto: Luana Konrad
*Foto de Capa: Lidiani Lehnen/Evento cultural realizado em Taquara