Você já esteve no topo do mundo? Ou já se sentiu como se estivesse? Eu já tive essa sensação várias vezes, não da forma literal, mas afirmo que é um sentimento arrebatador.
Na semana que passou, de forma indireta, me senti no topo do mundo… Meu filho Henrique ficou sob os cuidados do vovô e vovó no sítio, em Alto Rolante, para que eu pudesse trabalhar. Quero ressaltar aqui a importância dos avós nesses tempos de pandemia!
Quando retornei, Henrique e o vovô estavam num milharal nos fundos da propriedade. Essa plantação é de um vizinho, mas a boa vizinhança, tão presente nas comunidades do interior, permite esse livre acesso. Com os “pés” de milho já bem altos, se distinguia entre o verde da plantação apenas o cabelo muito louro do Henrique, que estava nos ombros de meu pai. Fiquei imaginando o que se passava na cabeça do meu filho, tão puro e singelo em seus pensamentos e ações, como toda criança. Talvez para ele, estar nos ombros do vovô, naquele momento, era estar no topo do mundo.

Estar no topo do mundo, na minha modesta interpretação, pode sim ser a comemoração de uma conquista, um primeiro lugar, uma vitória. Pode ser uma formatura, a confirmação de uma gravidez desejada, o retorno de alguém querido. Ou pode ser apenas um sentimento de paz, de tranquilidade, de contemplação, de felicidade.
Sentir-se bem, reconhecer o caminho percorrido, os esforços e sacrifícios, também é estar ou chegar ao topo do mundo. Atingimos esse patamar de sentimento quando ocorre entrega, doação, esforço, quando a gente sonha.

É um sentimento bom. Não no sentido de ser superior, porque toda e qualquer vitória é efêmera, depois de um tempo ela vira lembrança. Aliás, tanto vitória quanto derrota, ou obstáculos, são efêmeros. Quero dizer que nossas vivências são transitórias, são experiências, elas passam e dão lugar a novos acontecimentos.
É preciso equilíbrio, discernimento, serenidade. Lembro dessas palavras depois de uma conversa com minha colega de natação, Solange (Sol), que mencionou para mim que precisamos aproveitar esses momentos justamente pela impossibilidade de voltarmos no tempo. É dessa afirmação da Sol que refleti sobre sentir-se no topo do mundo.
Quero sentir-me no topo do mundo cada vez que encontrar um amigo, que receber um abraço do meu filho ou saborear um almoço em família. Pode ser também um pôr do sol, uma visita a uma cascata inexplorada ou uma pedalada por um novo caminho. Quem sabe até mesmo um dia escalar o Everest, lá sim é o topo do mundo. Impossível? Negativo… O Tomás Boeira fez isso em 2013 e imagino que ele esteve, ao menos naquele momento, duas vezes no topo do mundo: por chegar (fisicamente) naquele ponto da Terra e pelo sentimento de êxtase que deve ter sentido. O “Everest” é nós que escolhemos, os meio de atingi-lo e como conquistá-lo também!

Então, cada vez que o coração pulsar mais forte, que a alma estiver leve, que você sorrir ou chorar de emoção, eu desejo que você sinta e aproveite toda a força e energia de estar no topo do mundo! No topo do SEU mundo!