O sobrepeso é uma realidade cada vez mais presente. Dados da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), levantados em 2018, apontam que 55,7% da população adulta no Brasil tem excesso de peso e que 19,8% é obesa. Os dados preocupam, uma vez que a obesidade serve de start para outras doenças crônicas graves, como hipertensão e diabetes e, neste momento, é um dos principais fatores do grupo de risco no contágio da Covid-19.
Uma alternativa para o tratamento da obesidade é a cirurgia bariátrica, assunto que foi tema da primeira reunião virtual aberta promovida pelo médico cirurgião geral Dr. Fábio Strauss. O encontro on-line aconteceu na última quarta-feira, 29, através da plataforma Google Meet, e reuniu pacientes que já passaram pelo procedimento, pessoas interessadas e pacientes com cirurgia agendada. Todos tiveram canal aberto para esclarecer dúvidas, muitas delas relacionadas ao pós-operatório.

Possíveis complicações
Um assunto bastante debatido foram os grampos usados na cirurgia e que permanecem no interior do estômago operado. “Não há risco de rejeição do material por parte do corpo. O risco relacionado são as fístulas, como são chamados os desprendimentos do grampo, por onde pode escapar o alimento ingerido”, explicou Dr. Strauss. As chances das fístulas ocorrerem são muito baixas e, em geral, limitadas até o 10º dia do pós-cirúrgico.
A movimentação após a cirurgia também entrou na pauta. Segundo o cirurgião, o tempo médio de internação hospitalar é de apenas 48 horas e, no mesmo dia do procedimento, ele já recomenda que o paciente caminhe alguns passos dentro do quarto, podendo retomar caminhadas leves já nos dias seguintes. “As atividades físicas que exigem maior esforço estão liberadas 30 dias após a cirurgia”, acrescentou.
Gravidez e plástica
Para quem já fez a bariátrica, falou-se de questões como a gravidez, para a qual pede-se um período de espera de um ano e meio após a cirurgia; e a cirurgia plástica, liberada pelos planos de saúde, em geral, somente um ano depois. “É a média de tempo que o corpo precisa para se adaptar e estabilizar o novo peso, claro, sempre com uma dieta balanceada e exercícios regulares”, apontou Dr. Strauss.

O especialista lembrou também que as cirurgias bariátricas seguem sendo realizadas durante o período de pandemia, inclusive com recomendação do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). E salientou: “a obesidade é um problema grave de saúde e deve ser tratado com medidas eficazes de prevenção e tratamento”.
O Dr. Fábio Strauss dará continuidade ao projeto, promovendo reuniões virtuais abertas do grupo de bariátrica, sempre na última quarta-feira de cada mês. A próxima já está agendada para o dia 26 de agosto, às 19:30. O link para participar estará disponível nas redes sociais do médico (@drfabiostrauss) mais próximo da data de realização.