O setor da cultura faz parte de uma área mais ampla que é a chamada economia criativa. A economia criativa envolve não apenas o setor cultural, mas, também, outras áreas onde o trabalho de músicos, artistas plásticos e escritores cumpre um papel importante, como a publicidade, a mídia, a moda, os games e o setor editorial.
Um estudo recente, feito pelo Departamento de Economia e Estatística da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão do RS (DEE/Seplag) identificou que, em 2017, existiam 27 mil empreendimentos e 130 mil empregos formais na economia criativa no estado. Para efeitos de comparação, é quase o mesmo número de empregos da construção civil (138 mil) e mais do que a indústria calçadista (112 mil) ou a indústria metalúrgica (106 mil). Isso considerando apenas os empregos formais.
Os números efetivos são muito maiores, uma vez que o setor cultural se caracteriza justamente por alta informalidade na contratação. Em 2019, eram 48 mil os microempreendedores individuais (MEIs) na economia criativa no Rio Grande do Sul.

Atividade que reúne outros setores
As atividades na cultura não se resumem aos artistas e produtores culturais. Grande parte dos projetos culturais demanda a participação de outros setores. Para a realização de um filme, por exemplo, é necessário o trabalho de eletricistas, costureiros, motoristas e marceneiros, entre outros profissionais. Outro estudo do DEE/Seplag sobre os eventos da área da música, divulgado esta semana, revela que mais da metade dos gastos de um evento musical se distribuem em outros setores econômicos, como indústrias gráficas, comunicação, hotelaria, alimentação, transporte, iluminação, segurança e infraestrutura. A cultura, portanto, é um potente gerador de demandas para outros setores econômicos.