Um lançamento de livro com um verdadeiro encontro cultural de talentos do Vale do Paranhana. Assim será no próximo sábado (04), quando Silvio Juvenil Trein realiza evento de lançamento e sessão de autógrafos de seu primeiro livro “Em Uma Cidade Fictícia“. O evento será no Restaurante Nossas Raízes, que fica junto a Biblioteca Pública Municipal, na Praça Central de Três Coroas, às 19 horas.
A obra reúne textos de diferentes gêneros literários, que contribuíram e moldaram a trajetória do escritor. “O livro fala de uma cidade qualquer, onde seus moradores personagens usam as poesias, os textos e as histórias para conversarem. Não há diálogos. Eles são os próprios textos. Basicamente esta é a ideia apresentada no livro. Uma junção de vários gêneros e personagens vivendo suas vidas com alegria, com humor, com reflexões”, explica o autor.

Silvio tem 52 anos, é carteiro e faz a sua estreia na literatura como escritor – embora escreva desde a infância. Agora, ele realiza o sonho de ter um livro impresso publicado. Define-se como um vivente da vida, buscador de sonhos e lutador das lutas cotidianas. “Sou alguém que vive as alegrias e as tristezas de forma intensa. Alguém que chora e se irrita olhando filmes, lendo, vendo TV. Um personagem da vida real, saído do Bairro Figueiras, em Igrejinha, que perdeu a mãe bem cedo e teve que sair em busca de sobrevivência, que conviveu com gente ruim e gente boa. Um habitante de um país lindo, rico, mas que convive com uma pobreza atroz, infelizmente”, registra.
Além de escritor, Silvio é um ativista cultural. Ele participa do Coletivo De Artistas e Escritores do Vale Do Paranhana (CEAP), participando de várias ações. “Em 2022 realizamos vários saraus pelas cidades que compõem a região, num movimento muito legal. A gente tem o propósito de mostrar que temos gente muito boa fazendo arte ao redor de nós e procuramos apoiá-las, dando a oportunidade de se fazerem presentes”, conta. Ele destaca ainda que tem um programa semanal na Verde TV, de Três Coroas, o Sentimentos Em Poesias, onde apresenta poesias em vídeo e o projeto “É Cultura”, um programa quinzenal onde conversa com artistas e suas obras. Ele também compartilha em suas redes sociais seus escritos.

Além de escritores da região e convidados para realizar as leituras, a imersão “Em Uma Cidade Fictícia” também vai acontecer através da música, O Coral Cantoria fará a abertura e a cantora Lucileia Vargas o fechamento da noite. Este será o primeiro livro lançado com o selo da Editora Fazendo (P)Arte, de Três Coroas e pode ser adquirido pelo valor de R$ 40, já com as despesas de envio. Ele está à venda com o próprio autor, pelo telefone 51 985545524, na Cinebox, e Atelier De Costura de Roupas e Ajustes Sileni Schunck Trein, em Três Coroas. Será possível adquirir a obra no evento de lançamento e após deve ser distribuído a outros pontos de vendas.
Confira entrevista exclusiva com o escritor Silvio Trein:
Drops do Cotidiano: Como surgiu a ideia de escrever este livro e como foi o processo de produção?
Silvio Trein: É uma ideia que já está comigo há muito tempo. Uma vontade de transformar em papel algumas das poesias, textos, histórias que venho publicando nas redes sociais. Senti neste tempo todo que venho escrevendo nas redes que ainda é importante ter um livro físico publicado. É a partir daí que se passa a ser um escritor, por mais que se escreva nas mídias eletrônicas. O processo de produção começa com a tarefa de se escolher o que vai ser publicado, o formato, os assuntos tratados, o gênero que vai aparecer. Esta também é uma tarefa complicada já que não dava para publicar tudo o que tenho escrito. Depois a busca da editora e dos recursos financeiros. Pra mim, este processo todo levou vários anos, até que, no ano passado, resolvi que não dava mais para esperar. Então juntei o que eu já tinha e coloquei como meta publicar. Foi algo que iniciou ano passado, o processo deste livro em si, que terminou agora, finalmente. Além de ser o primeiro livro meu, também é o primeiro de uma editora que esta surgindo no mercado, a Fazendo(P)arte Editora. A quem agradeço muito também pela parceria.
D: O que você espera que os leitores sintam ao lerem tua obra?
S: Espero que se divirtam, que sorriem, que reflitam e passem bons momentos com ele. É um livro de leitura rápida, seguindo uma tendência de leituras digitais, onde não se tira muito tempo para leitura. Então ele vem com esta ideia também.
D: O que significa, pra ti, essa estreia como escritor?
S: Significa colocar no papel as histórias que venho colocando nas redes sociais e também uma vitória da cultura literária independente, onde o próprio autor financia, busca recursos, parceiros e realiza a sua obra. E depois corre atrás tentando vender, afinal, livro não deixa de ser, também, um produto e como tal, passa por um longo processo de torná-lo real. E tudo isso são aprendizados.
D: O que te inspira a inscrever?
S: A inspiração surge dos momentos que se vive. Ao caminhar pelas ruas, numa alegria, numa frustração, nos sucessos e fracassos, nos instantes da vida diária. Costumo dizer que o artista é o para-raios das inspirações que estão por aí e, de repente, – bum! – ela encontra o artista e se materializa.
D: Como a literatura entrou na tua vida?
S: Tenho a impressão de que ela sempre esteve comigo. Não há um marco a ser apontado, um início, um começo. Tenho textos do tempo de criança, adolescente, adulto. Sempre gostei de arte e li e escrevi a vida toda. Tanto que tenho um projeto de livro todo escrito na máquina de escrever manual, uma engenhoca que muitos leitores nem sabem o que é hoje me dia.
D: O que você mais gosta de ler?
S: Já tive a fase de romances, quadrinhos, aventura, mistérios, erótica, história. Estas fases sempre fizeram a minha inspiração. A crítica social, as pessoas comuns, trabalhadores e suas dificuldades, também aparecem nos meus momentos de leitura.