O resultado de quatro anos de trabalho durante o doutorado agora dá origem ao novo livro do Professor Doutor Ubiratã Ferreira Freitas. A obra “Cotidiano e Trabalho: experiências negras e escravas na província do Rio Grande do Sul” amplia a bibliografia regional sobre a história da região, em especial a participação dos africanos e afro-brasileiros no desenvolvimento de Taquara e do Vale do Paranhana. “Ter a minha tese de doutorado foi transformada em livro me possibilitou uma felicidade enorme, pois é uma obra de excelência para a região, além da valorização da mão de obra negra escravizada, mesmo que contrariada, trabalhou duro para ajudar na colonização germânica da região. O leitor desta obra encontrará uma pesquisa refinada de elementos que trata, desde a economia, sociedade e política e as relações sociais entre senhores escravistas e as resistências dos que estavam em cativeiro”, adianta o autor.
Sua pesquisa para o Doutorado teve base na presença escrava no Vale dos Sinos – Paranhana. O autor acredita que com ela pode retirar da invisibilidade uma grande quantidade de pessoas que foram raptadas da África e trazidas para o Brasil, e mais especificamente Taquara, além dos afro brasileiros que migraram para a região. “Essa pesquisa me concedeu o título de Doutor em História, além de ampliar a historiografia regional sobre o escravismo no Rio Grande do Sul”, celebra.

A obra será lançada na noite desta quarta-feira (13), partir das 18h30min, no Departamento de Cultura de Taquara (Rua Nelson Renck, 2957). Será possível adquirir o livro – pelo valor de R$ 60,00 o exemplar – no evento de lançamento ou diretamente com o autor através do e-mail historiaubirata@hotmail.com ou pelo número WhatsApp 51 99507-3767.
Estar sempre se atualizando e buscando mudar a realidade onde vive
Aos 60 anos, ele trabalha como professor do Estado do RS, na Escola Estadual Felipe Marx, em Taquara, e na Escola Estadual Berthalina Kirsch, em Igrejinha. É historiador, pesquisador e gosta muito das novidades em áreas diversas. Considera-se uma pessoa que não se contenta com a realidade em que se vive e por isso está sempre buscando se atualizar. “Comecei a estudar com 40 anos de idade. Fiz a faculdade de História na ULBRA Gravataí e me apaixonei por estudar. Logo depois fiz uma especialização em Filosofia na PUCRS, posteriormente continuei estudando e fiz outra especialização em História do RS. Bom, novos horizontes começaram a fazer parte do meu cotidiano, ou seja, comecei a fazer um Mestrado em História pela UPF e, posteriormente, o Doutorado em História pela UFSM”, relembra.
Em seu cotidiano de leitura estão os livros acadêmicos e a literatura voltada às classes desfavorecidas. Foi através dos seus alunos que descobriu a existência de um quilombo em Taquara e assim surgiu o interesse em saber mais sobre os descendentes afro brasileiros da região. Foi assim que percebeu há um grande vulto de pessoas que foram escravizadas no passado do município de Taquara. E aí iniciou-se a sua pesquisa que hoje se eterniza em um livro.
Trajetória como escritor:
Seu primeiro livro é “A Fronteira é Logo Ali, Mas Permaneci Escravo” e trata das relações das famílias escravas no período de 1780 a 1822 na região de Rio Pardo, na Fronteira Oeste do Estado do Rio Grande do Sul. O segundo é “Caminhos Brancos Trajetória Negra” que trata-se de uma coletânea de artigos apresentados em seminários, simpósios e eventos universitários, que retratam partes da pesquisa sobre o escravismo no Vale dos Sinos. E agora surge como resultado final de sua pesquisa de Doutorado. “É uma obra que me dá muito orgulho de ter feito, pois realça toda uma necessidade de favorecer essas pessoas que estiveram em cativeiro dentro do sistema escravista que foi implementado no Brasil Colônia”, pontua.
[…] Na noite da quarta-feira passada (13), foi lançado na Diretoria de Cultura de Taquara o livro “Cotidiano e Trabalho: experiências negras e escravas na província do Rio Grande do Sul”. A publicação trata-se de um estudo sobre a participação e presença da população africana e afro-brasileira nas regiões dos vales dos Sinos e Paranhana no século XIX, e é resultado da tese de doutorado do professor de História Ubiratã Ferreira Freitas (entrevista exclusiva com o autor aqui). […]
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