E esse tal feedback, estamos preparados para ouvir a respeito do que acham de nós? E autofeedback, já ouviu falar?
Já percebeu que, quando conversamos com alguém, muitas vezes acabamos nos justificando através de um discurso montado com base nas explicações do porque fizemos ou não aquilo que estamos falando?
À primeira vista pode parecer banal esclarecer os nossos motivos, mas em muitos momentos essas explicações além de desnecessárias, não interessam a quem nos escuta.
Inicialmente pode parecer que o fazemos por insegurança ou ainda para nos sentirmos mais tranquilos devido ao fato da opinião e aprovação do outro serem importante para nós.

Por trás do hábito de se justificar constantemente, no entanto, pode haver outros fatores envolvidos. Os principais são:
- Medo da rejeição e necessidade de aprovação: Por incrível que pareça, o medo da rejeição é um dos motivos principais de nos justificarmos tanto. Somos bem recebidos quando concordamos e por isso, existe o medo de sermos rejeitados ao expor nossa opinião quando ela é contrária ao que seria esperado pelo outro;
- Baixa autoestima e a falta de confiança: Geralmente uma pessoa que não confia em si mesma tem dificuldade de expressar qualquer opinião ou decisão sem a necessidade de se explicar. Ela não acredita em si mesma, nas suas ideias e tem medo de entrar em confronto e também de rejeição;
- Corresponder à expectativa: Outro tipo de perfil que se explica bastante é o das pessoas que vivem ou cresceram sob expectativas muito altas e sentem essa necessidade por se sentirem sob pressão. Por exemplo, as pessoas às quais não é permitido errar, se explicam no acerto para tentar mostrar que não são tão boas assim e no erro, para serem aceitas;
- Insegurança: É difícil nos colocarmos, defender nosso ponto de vista e opinião quando não nos sentimos seguros com nós mesmos e com nossos ideais. Uma pessoa insegura se justifica bastante porque quer que o outro confirme para ela mesma que ela está certa;
- Preocupação com a imagem pessoal: Para aqueles muito preocupados com a sua imagem perante os outros, as justificativas fazem parte da sua forma de falar. O seu discurso é muito pensado e justificado, para que ele agrade sempre seu ouvinte e mantenha a sua imagem perante esse;
- Para evitar uma situação constrangedora: Ter que recusar um convite pode ser uma situação constrangedora, na qual dependendo do tipo de relação e do grau de intimidade, pode ser muito difícil ter que dar a nossa resposta sem a necessidade de justifica-la. Outra situação constrangedora é com colegas e chefes no ambiente de trabalho.
Há quem pense que esse hábito demonstre uma grande preocupação com o outro, mas na verdade, ele revela uma preocupação maior consigo mesmo, porque está relacionado ao medo da rejeição, de conflitos e insegurança.
Quando se justificar se torna algo exagerado? Realmente existem casos em que a explicação é importante e nos torna mais cordiais. No ambiente de trabalho é importante se justificar e também em situações sociais, quando você se atrasa ou precisa negar um convite. O que se torna desgastante é quando a pessoa precisa se justificar sempre e em todas as ocasiões.

Existe ainda quem, por receio, minta para se justificar. Por exemplo, a pessoa vive de acordo com as suas vontades e, por isso, chega atrasado, não cumpre com o comprometido e não atende o que lhe foi pedido e apresenta argumentos maravilhosos para isso, que, porém não são reais.
O ato de explicar sobre suas decisões o tempo todo pode ser ruim, porque você pode começar a despertar dúvidas e insegurança nos outros e também porque quem tem receio em se colocar e medo de desagradar não vive em liberdade.
O primeiro passo para reduzir a quantidade de vezes que você se desculpa é perceber que você o faz e o porquê. Em seguida, comece a se policiar e se escutar nas conversas para que consiga mudar e SER VOCÊ MESMO COM MAIS LIBERDADE. Saindo da justificativa para o feedback necessário.
Feedback: dar retorno, resposta ou um parecer.
Quantos finais de relacionamentos, demissões e términos de contrato aconteceram pela falta desta palavra em inglês que já faz parte do nosso vocabulário há um tempo: o tal feedback.
Já no mundo do coaching e da mentoria, através do autoconhecimento, ao olharmos para dentro, nos avaliamos dando um retorno para nós mesmos, chamado autofeedback.
O autofeedback pode ser útil tanto para quem ocupa posição de liderança, quanto para o liderado e, sendo mais profundo, todos nós assumimos certo nível de liderança, porque temos a responsabilidade de sermos líderes de nós mesmos.
Para muitos é um desafio liderar, estar à frente de pessoas, projetos ou alguma causa nobre, liderar o próprio comportamento e moldar nossas atitudes em relação à vida é o primeiro passo. O autofeedback é importante e faz todo sentido, independente da sua condição de vida atual.
O que eu fiz hoje me ajudou a aproximar do meu objetivo? O que eu poderia ter feito diferente? O que eu preciso parar de fazer porque está me prejudicando? Qual comportamento está me ajudando? Qual comportamento está me atrapalhando? Diante de tudo isso, qual é o próximo passo que se eu der impactará minha vida de forma positiva?
Ao aplicar o autofeedback podemos conseguir ampliar o autoconhecimento, desenvolver a disciplina, estimular a autoliderança, fortalecer a autoconfiança, valorizar os progressos diários e aumentar a capacidade de relação interpessoal.

A gente pode aplicar o autofeedback diário, semanal ou mensal. Quanto mais consistente e realista, mais eficaz será o resultado.
Outra atitude positiva é estimular as pessoas ao seu redor a praticarem o autofeedback e você pode até adaptá-lo focando em uma área específica, por exemplo: família, negócios, equipe, carreira, saúde e finanças.
Seja lá o momento que você esteja vivendo agora, haverá sempre perguntas e respostas. Cabe a gente saber para quem devemos explicação. Como os outros me veem?Como eu gostaria de ser vista?
Muri 💛