Em outros tempos, nessa época de Carnaval, a TV estaria divulgando notícias a todo momento das comemorações da “Corte de Momo”. O “Maior Espetáculo da Terra” estaria a mil no Rio de Janeiro, onde as tradicionais Escolas de Samba disputariam cada décimo de nota dos jurados.
Já faz algum tempo que tenho preferido a calmaria da cidade vazia nessa época. Na infância, lembro dos bailes de salão no interior de Rolante. Alguns muito engraçados, como quando uma bandinha alemã animou um baile de carnaval e as tradicionais marchinhas ganharam, digamos, um sotaque diferenciado.
Comentei sobre a cidade vazia. O que acontecia uma ou duas vezes ao ano, quando quase todos migravam para o litoral, aconteceu várias vezes em 2020. Não que tenhamos partido em massa para as orlas litorâneas. Nossa reclusão foi forçada… cidade vazia e casas cheias. E assim conhecemos o famigerado distanciamento social. Logo para nós, que cá nos trópicos somos acostumados aos abraços e proximidade.

E as máscaras, tão condenadas pelas “tias carolas”, que não suportavam ver a Feiticeira e a Tiazinha (mascaradas) nos primórdios do Caldeirão do Huck, se tornaram adereço, ora, vejam só, das… Tias Carolas! E por falar em Huck, ele próprio, ao que parece, está vestindo a “fantasia” de presidenciável.
Como o assunto é Carnaval, não podemos esquecer das bandeiras. É um caleidoscópio de cores: Amarela, Vermelha, Preta… Está difícil de vislumbrar a Bandeira Branca. Como diz a letra carnavalesca, eternizada na voz de Dalva de Oliveira, a gente está querendo é paz! Paz de espírito, na saúde, na ansiedade. Na verdade, não é querer, é merecimento mesmo. Pelo menos para aqueles que insistem em se cuidar e com isso também cuidam de seus semelhantes.
Acredito que como eu, tem muita gente procurando levantar a bandeira branca, pensando em um pouco mais de sossego, de felicidade, de conversa agradável e de abraços calorosos. Saudade de levantar a bandeira branca para comemorar com amigos, para levantar copos e brindar (com água ou espumante, ou seja lá o que preferirmos tomar).
Como é bom imaginar a bandeira branca hasteada, num mundo mais tranquilo, com mais respeito e empatia. Daria até para bordar nas beiradas dessa bandeira palavras como amor, esperança, diversidade, amizade e tantas outras palavras que representam coisas boas.

Tal qual aconteceu com Papai Noel, o Rei Momo deve estar aproveitando a folga forçada. Ou não… Vai saber se não aderiu aos modernismos das lives?
Por enquanto vamos seguir o bloco da Vacina para, daqui um tempo, “invadirmos” as avenidas da vida, com saúde, energia e muitos sonhos. E que nesse momento o coração exploda, mas que seja de felicidade!
É uma alegria poder ler um texto tão bem elaborado, ortograficamente perfeito, poético, sublime.
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