Quando instalaram o aparelho de fax lá na redação do jornal, todo mundo se aglomerou ao redor da novidade tecnológica para entender o que era aquilo. Pela primeira vez, tínhamos uma ferramenta que agilizaria de forma “mágica” o envio de documentos, notas fiscais, recibos, laudas e até fotos, a longa distância, via telefone. Embora exista até hoje, o fax, obviamente, ficou um tanto quanto obsoleto com os avanços da internet.
E lá se vão 170 anos desde a criação deste “fac-símile” que, em latim, significa “faz igual”. Foi produzido em larga escala só a partir da década de 70 e inventado através da união de várias tecnologias surgidas ao final do século XIX, como o telégrafo e o telefone.

Para nós jornalistas, ao menos no veículo onde eu trabalhava entre 1989 e 1999, o fax chegou lá pelos anos 90, ou seja, no longínquo século passado. Não sei porque, mas hoje lembrei disso e pude materializar o sorriso de imensa felicidade da nossa secretária, a Karine, que foi a pessoa que mais vibrou com a chegada do tal do fax. E nós também, claro, pois entrávamos em numa nova era da comunicação. Em segundos, já estávamos em qualquer lugar, sem sair da redação. Um foguete, de tão rapidinho.
Fica difícil explicar a nossa euforia para quem, hoje, já nasce com um celular e um computador na mão. Imaginem, então, quando pudemos efetivamente mandar matérias e fotos por e-mail. Mas isso é outro momento da história do jornalismo e da humanidade.
Hoje eu lembrei desse nosso antigo fax que ficava pertinho da janela, sempre aberta, em uma época que podíamos deixar todas as janelas e portas abertas para receber os clientes, sem medo de ladrões e muito menos do coronavírus. Gripe tinha, e todos pegavam uns dos outros no inverno, mas ninguém morria disso.
Só sei que hoje lembrei do fax, numa associação que me veio à mente depois que os astronautas da Nasa, Robert Behnken e Douglas Hurley, chegaram à Estação Espacial Internacional, onde ficarão até agosto. É uma coisa fantástica e eu aqui pensando em um aparelhinho ultrapassado, como o fax, enquanto essa gente já se prepara para fazer turismo espacial e dar uma voltinha ao redor da Terra, com exceção dos terraplanistas, dos claustrofóbicos e dos “pelados”, sem grana mesmo, como a maioria da população.

Mas, assim como o fax, hoje temos o celular, o computador, a internet, a inteligência artificial e os foguetes que nos transportam para mundos desconhecidos, inexplorados e fascinantes. Eu, que ainda tenho algumas restrições ao virtual, apesar de ter me rendido ao fax, fico fascinada com os desbravadores do universo. Quem sabe um dia eu até me atreva a dar uma voltinha pela órbita do nosso planeta e, “por fax”, possa dizer a vocês que a “Terra é azul”…e redonda, para desespero dos terraplanistas. Mas acho que isso vai demorar um pouquinho, amigos, porque ainda preciso tratar a minha claustrofobia. Até lá, sigo em devaneios nessa quarentena!
Teus textos são sempre muito gostosos de ler. Grata pela partilha!
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Muito obrigada, Martina! Grata pela leitura e pela motivação! Bjs
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