Nunca tive grandes ídolos, sempre procurei me inspirar e admirar pessoas mais próximas a mim e a minha realidade. De modo algum condeno a tietagem, pelo contrário, reconheço o esforço que o pessoal faz, muitas vezes, para estar perto de seus ídolos. Reconhecer e admirar pessoas próximas é meramente uma opção pessoal minha.
A primeira pessoa de quem talvez eu tenha virado fã foi meu bisavô materno, Levino Morschel. Homem de fala tranquila, paciente, orientador, com um grande legado de voluntariado. Talvez seja daí a minha opção por também ser voluntário.

Aproveitando a menção sobre trabalho voluntário, por volta de 2008, por conta do meu Trabalho de Conclusão da faculdade, me aproximei da Oktoberfest de Igrejinha, e daí em diante virei fã dessa nobre causa. A maior festa comunitária do Brasil, 3.000 voluntários, manutenção e fortalecimento da cultura, responsabilidade social, transparência, alegria, voluntariado, solidariedade… Impossível não se apaixonar e virar fã… Aliás, mais que fã, mas também voluntário!
E por falar em voluntariado, a Oktoberfest de Igrejinha ganhou um apoiador famoso, o DJ Alok, que fez uma magnífica e contagiante apresentação no domingo, dia 20. Surpreendendo os visitantes e os voluntários, contagiado pelo espírito de solidariedade que reina em Igrejinha, Alok doou o seu cachê para a causa igrejinhense. Causa que, aliás, se espalha pelas cidades do Vale do Paranhana, anualmente, beneficiando milhares de pessoas.
Eu e tantas outras pessoas vimos o artista Alok transformar-se num ídolo, numa pessoa que pelo gesto de desprendimento, mas sobretudo de identificação com uma causa, deu um belíssimo exemplo de prática do bem. Certamente não é pelo valor em si, que obviamente vai ajudar muitas instituições, mas é pela atitude, pelo ato de doar.
E são justamente essas qualidades que fazem, muitas vezes, nos tornarmos fãs de outras pessoas. No caso acima, é uma figura pública, o DJ Alok. Mas tenho certeza que temos pessoas que admiramos dentro de nossas próprias casas, nos nossos círculos de amizade, na prática esportiva, na faculdade ou escola.

Pessoas com histórias reais de superação, seja como empreendedores ou por terem enfrentado algum problema de saúde, da qual superaram com força de vontade, fé e dedicação. Talvez pessoas anônimas para a grande maioria, mas que representam uma diferença e uma importância imensa para quem tem o privilégio de conhece-las. Pessoas que se doam, que usam o exemplo de superação para ajudar outras pessoas ou simplesmente aquelas pessoas que tem o dom de acalmar nossas aflições com palavras ou apenas com um abraço.
Particularmente, eu sou fã dos casais que estão juntos para o que der e vier, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença… O resto da frase vamos desconsiderar, temos mais é que celebrar a vida, com todas as suas possibilidades.
Sou fã dos amigos, aqueles que estão sempre conosco, presencialmente, no pensamento e nas orações. Não os amigos da rede social, mas sim aqueles amigos da “rede do coração”, aqueles que se contam nos dedos, amigos que abraçamos como se da família fossem!

E assim, sendo fã de pessoas do bem, daqueles que mantém o otimismo e fazem um mundo melhor com gestos e atitudes, aprendemos a partilhar, a também servir de exemplo, a sorrir e agradecer mais, a reafirmar diariamente: Somos fãs da vida!
*** Não poderia deixar de mencionar duas passagens, uma mais antiga e uma recente.
Um conhecido meu, tempos atrás, disse para outro amigo: Diga para “fulano” que eu sou o “ídolo” dele. Na verdade, ele queria dizer que era fã. Mas não tem problema, a gente idolatra os amigos mesmo.
E no último sábado, na Oktoberfest de Igrejinha, quando visitava a festa com a família, conheci a Luana, que me falou que curte muito as minhas colunas no DROPS. São essas atitudes que nos enchem de vontade e inspiração. Sem perceber, podemos fazer a diferença na vida dos semelhantes. E não importa se é um minuto, uma hora, uma década. Luana aprecia meus textos, e eu me inspirei pelo feedback da minha querida leitora. E isso que move o mundo, a troca de momentos, de reflexões e de aprendizados.
Eu idolatro que expande beleza de ser. Idolatro os que tem a imensa simplicidade de espírito, que faz bem ao mundo, só por existir.
Tento sempre imitar a grandeza desta gente, isso me inspira pra vida. É preciso olha-los com o coração, porque facilmente passam despercebidos, tal é o seu desprendimento da vaidade.
Abração, amigo Douglas.
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