O abraço, os abraços, os muitos abraços…

No geral, nossa rotina diária nos obriga a desempenhar várias funções ao mesmo tempo. Café da manhã, escola dos filhos, trabalho, compras no mercado, reuniões. Existem aqueles que ainda conseguem se organizar e prestar serviço voluntário e estudar. E ainda dizem que super-heróis existem só na tela dos cinemas…

Nessa rotina corrida, a tecnologia facilita bastante os contatos. Claro, não dá para negar que também abre espaço para uma série de amizades e contatos “superficiais”, ou seja, que não tem o apego, a aproximação que caracteriza verdadeiras amizades e relações.

Há algo, entretanto, que a tecnologia ainda não conseguiu mudar: a intensidade do contato pessoal, da proximidade, do abraço. O abraço sincero, é bom deixar claro…

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Um dicionário contém milhares de significados das palavras, não concordam? Acho que dá para ousar e dizer que o abraço é como um “dicionário de sentimentos”, tamanha a amplitude de emoções que um abraço transmite.

Um abraço pode significar uma partida mas também um reencontro. Vá a um aeroporto e veja a despedida de um filho e seus pais, para um período de intercâmbio. Nesse mesmo aeroporto, se tiver sorte, você poderá presenciar o retorno de um outro filho, de uma outra família. E os abraços que marcarão esses dois momentos distintos.

Observe o abraço de uma mãe com seu filho recém-nascido… Um abraço de paz, de quietude, de proteção, de acolhimento.

Também é de acolhimento o abraço no momento de tristeza, de luto, de perda ou de algo que não deu certo. O ato de abraçar nesses momentos também protege, conforta, expressa algo do tipo “Conte comigo, estou com você”.

O abraço em si não precisa vir acompanhado de palavras. É um ato que “fala” por si só. Dias desses, vi uma frase do famoso escritor Fabrício Carpinejar que dizia, em outras palavras, que o verdadeiro amigo é aquele que ri e faz festa conosco, mas que também fica desconcertado e sem ter o que dizer em momentos de extrema tristeza. Nessas horas, é que o abraço ganha status de sentimento, por toda força e energia que pode transmitir. Quem de nós, sem ter o que dizer, justamente por conta de nossa incapacidade de controlar tudo ou impedir certas perdas, não estendeu os braços a um familiar, a um amigo, a alguém que somente precisava de acolhimento, naquele momento?

Um abraço pode significar recomeço, perdão, zerar as mágoas e recomeçar. Abraços admitem erros e acertos, porque é assim que somos, pessoas com grandes qualidades, mas com muitas carências.

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Tentamos muitas vezes abraçar o mundo, não é verdade? Mas temos que admitir que na maioria das vezes é precisar “criar” um abraço maior, feito por muitas mãos e pessoas.

Tenho uma crença, muito particular, mas que talvez seja compartilhada por outras pessoas. Creio que cada vez que a gente abraça outra pessoa a gente abraça o mundo sim. O mundo não é feito de esperança, de dúvida, de amor, de felicidade, de oportunidade? Não carregamos quase todas essas coisas dentro de nós? Pois então… É preciso vislumbrar as coisas boas, nossas boas energias. Já ouvi também que o mundo é do tamanho de nossos sonhos. Já que os sonhos estão conosco e cabem em nosso coração, também cabem num abraço. Porque, em resumo, o que se almeja, na maioria das vezes, é felicidade e paz. E um abraço pode ser um atalho para esses preciosos sentimentos.

Que todos os leitores sintam-se abraçados. Esse texto foi escrito como uma singela lembrança ao Dia do Amigo, cujo dia “oficial” é 20 de julho. Particularmente, para mim todo dia é Dia dos Amigos. Um abraço especial àqueles que, de uma forma ou de outra, nesse momento, necessitem de um abraço de conforto e amparo.

5 comentários

  1. É preciso falar sobre relações de afeto. Para que não se perca o sentido de humanidade presente.
    Amei seu texto.
    Um abraço é também, encostar um coração no outro.
    Congratulações sinceras.

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