*Arquivo de Silvana Forster
Muitos estudos relacionados à psicologia infantil foram feitos nos últimos anos, muitas novas informações surgiram, sobre a maneira de educar, cuidar, suprir emocionalmente uma criança. Tudo isso é maravilhoso, é transformador saber como nosso modo de se relacionar com os filhos e a família influenciam no desenvolvimento das crianças.
Junto com isso, também surgiram informações que falam sobre as necessidades das mães. Foi percebido que para poder cuidar de forma completa, a mãe também precisa ser cuidada. Para suprir as necessidades do filho, a mãe também precisa ter as suas necessidades atendidas.
Isso gerou um furdúncio, porque para a nossa sociedade, cuidar de si primeiro e depois cuidar do outro, soa um tanto egoísta. Mas não, não é, afinal de contas, não é tão conhecida aquela informação de “em caso de despressurização coloque a máscara primeiro em você e depois ajude quem estiver ao lado”? Se você não consegue respirar, como vai amamentar, limpar, dar carinho, cozinhar, dar colo, brincar, cuidar?
Mas fala-se tanto de autocuidado ultimamente, que às vezes dá uma certa ansiedade por não conseguir cuidar de si mesma, o que acaba sendo contraditório, né? Começa lá, com todas as informações novas sobre maternagem e cuidados com as crianças que queremos muito dar conta. Mas essa lista de cuidados com as crianças não olha para a lista de cuidados com a mãe, e lá vem outra lista. Preciso cuidar de mim, preciso fazer as unhas, sair com as amigas, com o marido e surge um surto de ansiedade, descuidamos de nós mesmas para dar conta da demanda do autocuidado.

Esse desejo de cumprir toda a lista de demandas nos esvazia, deixamos de realmente olhar para nós mesmas, como seres humanos que somos. Olhamos para várias dicas de autocuidado, que estão geralmente associadas a estética e ficamos loucas. Deixamos de nos perceber, do que gostamos, o que nos dá prazer.
Antes de olhar para essas listas, precisamos olhar para nós mesmas, abrir espaço para as nossas emoções e necessidades reais e buscar atendê-las. Passar a tarde na pracinha com as crianças, um chimarrão e cabelo preso te faz feliz? Então vai lá! Ler um livro, arrumar as unhas e ir pra academia te faz feliz? Então vai lá! Se estar com seus filhos te completa, tudo bem. Se você precisa de algo mais pra te preencher, tudo bem também.
O que importa mesmo é estar bem com as suas escolhas. Veja bem: com as SUAS
escolhas.
Olha pra dentro e te percebe, o que te abastece? O que te faz sentir viva, inteira? Vamos olhar para isso juntas?
Um abraço cheio de carinho, Silvana
* Conteúdo produzido por Silvana Forster, mãe do Matteo e do Tomás, esposa do Samuel, publicitária como primeira formação e mãe por atuação. Coach de Família, com seus artigos e atendimentos busca levar mais clareza às necessidades de cada integrante da família, ressignificar acontecimentos, melhorar a comunicação entre pais e filhos e ajudar a gerar um ambiente de paz, amor, aconchego, carinho, diálogo e harmonia no lar de cada pessoa.
Silvana foi colunista do Drops entre abril de 2019 e julho de 2020.
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