Deu um branco, e agora?

Sim, acontece com todo mundo e comigo não é diferente. Deu um branco. Minha mente travou, as palavras sumiram, e o silêncio dentro de mim ficou mais alto que qualquer barulho ao redor. Nessas horas, eu paro. Respiro. Já aprendi que esse tipo de vazio não é o fim — é apenas uma pausa.

Quando estou diante da página em branco e nada vem, tento lembrar que o branco não é um inimigo. Ele é um convite. Um espaço aberto onde algo novo ainda vai surgir. Às vezes, é o meu corpo pedindo calma. Outras vezes, é o medo de errar me paralisando. E tem dias em que é só cansaço mesmo.

Mas eu aprendi a não fugir desse momento. Em vez disso, começo escrevendo qualquer coisa. Às vezes escrevo: “não sei o que escrever”. E a partir daí, algo se move. Uma ideia tímida aparece, um sentimento esquecido ressurge. Aos poucos, as palavras voltam – mesmo que tortas, mesmo que aos tropeços.

Criar não é um ato linear. É cheio de idas e vindas, de brancos e recomeços. E tudo bem. Quando o branco aparece, eu não me apresso. Eu escuto. Eu acolho. E então, com coragem, sigo – nem que seja por uma só palavra.

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