CTG O Fogão Gaúcho celebra 76 anos de história e tradição

Uma roda de mate de um grupo de intelectuais taquarenses, ao redor de um fogãozinho deu início a um movimento que mudaria para sempre a história do Rio Grande do Sul. Hoje, o CTG O Fogão Gaúcho completou seus 76 anos e celebra, não apenas como uma entidade tradicionalista, mas como um verdadeiro símbolo de resistência e união cultural. A comemoração dessa trajetória de sucesso e tradição será com um grande baile de aniversário, que será realizado no sábado (10), na sede campestre do CTG. A animação ficará por conta de Celso Garcia & Grupo Porteira do Tempo, prometendo uma noite de muita música e alegria. Os cartões estão à venda por R$ 75,00 na secretaria da entidade.

Confraria Gaúcha

Lá pelos idos de 1947, um grupo de amigos se reunia no escritório de advocacia do Dr. Antonio Aguiar. As reuniões regadas a chimarrão se tornavam cada vez mais frequentes e animadas. Um suculento churrasco, preparado pela fidalguia do anfitrião, muitas vezes acompanhava as músicas regionalistas, trovas de improviso e declamações. A cada encontro, o número de participantes aumentava, atraídos pelo ambiente acolhedor e pelo amor à tradição. Entre os fervorosos integrantes, destacava-se o Dr. Olavo de Carvalho Freitas, Promotor de Justiça, homem com raízes no campo e dono de invejável cultura, dinamismo e liderança.

A Fundação: O Nascimento do CTG O Fogão Gaúcho

Em abril de 1948, um grupo de taquarenses participou da fundação do “35 Centro de Tradições Gaúchas” em Porto Alegre. Eles voltaram entusiasmados e com subsídios para a fundação de uma nova entidade em Taquara. Assim, em 7 de agosto de 1948, nascia o CTG O Fogão Gaúcho, cujo nome foi inspirado pelo minúsculo fogãozinho em torno do qual originariamente se reuniam.

A Origem e o Legado

A fundação do CTG O Fogão Gaúcho é marcada por um contexto histórico único. Com o fim do Estado Novo, a comunidade alemã, que havia sido perseguida, se uniu ao movimento tradicionalista, declarando: “nós também somos gaúchos e brasileiros”. Diferentemente das sociedades que existiam na cidade, o Estatuto moderno do CTG, não havia restrições sociais, proporcionando também aos negros, até então excluídos, a oportunidade de participar da vida social de Taquara. Este gesto foi um marco de inclusão e resistência.

Pontos Altos da Jornada

Ao longo desses 76 anos, o CTG O Fogão Gaúcho foi palco de momentos inesquecíveis. O 8º Congresso Tradicionalista Gaúcho, realizado em suas dependências, no ano de 1961, foi um evento de grande importância, reunindo tradicionalistas de todas as partes do estado para discutir e promover a cultura gaúcha, sendo que, neste episódio, aprovou-se a Carta de Princípios do MTG, documento basilar para o tradicionalismo gaúcho. Outro marco foi a Ciranda Musical Teuto-Rio-Grandense, que celebrou a rica herança musical e cultural da região, unindo diferentes gerações em torno de um mesmo ideal.

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