Para dizer adeus – uma homenagem a Doralino Souza

Não é fácil aprender a dar adeus. Despedidas definitivas, como a morte, não são ensinadas assim, como quem lê um manual.

E podem ocorrer seguidamente ao longo da nossa vida e, nem assim, aprendemos. É sempre um momento que gera espanto,  tristeza. Um desaparecimento e um adeus definitivo, ao menos neste plano que conhecemos.

Os mais próximos, quando se vão,  nos deixam de olhos esbugalhados, sem palavras, sem explicação, ainda que haja argumentos para dizer o porquê da partida. Ainda que seja a hora ou o que for;  ainda que não seja oportuno dizer adeus naquele momento,  e obviamente, nunca será!

Pior ser pego de surpresa e ter que entender o fim. Como assim, dona  morte? Esse era muito jovem, ainda, e foi ceifado para quê, mesmo? Não seria melhor esperar e levar outros, mais velhos, já bem vividos e sem novas expectativas para essa existência?

Igual não saberíamos dizer adeus. Ninguém sabe, mas quando menos se espera, somos chamados para a despedida, sem preparo nenhum, sem intensivo, sem cursinhos online.

Chegada a hora, não há nada a fazer, nem a dizer. Só um adeus, do jeito que for, do jeito que dá, não tem como evitar. Despedidas, diante da morte, são sempre inesperadas ou precoces, injustas ou desnecessárias. Um até breve ou, talvez, nunca mais.

Esta crônica seria um adeus ao amigo Doralino, que partiu assim, num sopro, mas quem sabe seja também a única forma de despedida,  com palavras, para quem sempre fez delas o seu viver.

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