De nome curto e direto ao ponto. Assim é apresentado ao mundo “Quê?!”, nova obra de Ilana Lehn. O livro será lançado nesta sexta-feira (03), às 17 horas, na Praça de Autógrafos, durante a 69ª Feira do Livro de Porto Alegre.
O nome ainda chega em contraponto ao seu primeiro livro, que tinha um título grande (“Alérgicos: cuidado! Pode conter poesia” – que você pode relembrar aqui). “Um questionamento, uma indignação, uma surpresa e tudo mais que expressar um “Quê?” bem dito pode representar. Creio que, em cada poesia desse novo livro, tem um pouco desse toque”, destaca a autora.
Cientista, doutora em geologia e pesquisadora na Unisinos, também é poetisa, escrevendo há muitos anos e interpretando textos em saraus literários há duas décadas. Na definição de seu amigo, o também poeta Dilan Camargo, Ilana é duas! E ela completa: “As duas personalidades convivem muito bem. A geologia exige que se enxergue o mundo com sensibilidade; desvendar a Terra é um processo com muitas interpretações. Por outro lado, escrever poesia é deixar que flua da alma visões e interpretações de mundo. Creio que minha profissão alimente minha poesia de muitas formas”.

Inicialmente “Que?!” estará à venda na banca 1, da editora Martins Livreiro, durante a Feira, com o preço de R$30,00. Posteriormente ocorrerá a distribuição para demais livrarias e Feiras de Livro em todo Estado.
Confira entrevista exclusiva com a escritora Ilana Lehn:
Drops do Cotidiano: Como foi o processo de criação dele?
Ilana: Ele mistura poemas antigos e poemas fresquinhos, de poucas semanas de criação. Mas o mais importante é que, por ser novo, ele representa a Ilana de hoje. O que já não é bem verdade para meus livros anteriores; que mostram alguém que eu fui num tempo já passado. Bom, mas passado.
A criação dele durou mais de um ano. Primeiro convidei pessoas que me cercavam para desenharem caixas, sem muita explicação, só pedi que o fizessem. Caixas, porque eu já tinha pensando na capa, uma caixa entreaberta, digna de admiração, quando ainda não sabemos o que tem na caixa, mas temos curiosidade; aí expressamos “Quê?!”. A criação foi desde o início discutida com a Cissa Kappel, a designer responsável pela arte do Quê?! e minha amiga desde a infância. Ela saberia ler meus sentimentos para trazer o livro à vida. Depois, fui juntando poemas que fizessem sentido nessa linha de pensamento. Fui criando outros e organizando tudo. Contei com a revisão e crítica de artistas muito importantes para mim: a Marisabel Lehn, o Grecco Buratto e o Daniel Confortin. A contracapa é deles. Então busquei apoio de empresas que poderiam ajudar publicar o “Quê?!” e eles toparam: o Dirty Old Man bar, a Estero Design e a Go To loja express. A editora já me acompanhava desde o livro anterior, a Martins Livreiro, e topou mais uma vez publicar meus poemas com muita dedicação.
Aí já não tinha mais como voltar, o “Quê?!” tinha família, muito amor envolvido e estava pronto para vir ao mundo.
D: O que o leitor vai encontrar de parecido com os outros? E de mais diferente?
I: Espero que os leitores se identifiquem com o “Quê?!”. Espero que minha poesia sirva para estancar algum sentimento inapropriado e fazer vazar alguns outros, que devem vir ao mundo. Para mim, é esse o papel da arte, atingir o espectador como ele a recebe e não como o autor imaginou a obra. Não gosto muito de falar sobre a criação; prefiro escutar como ela chegou em quem a recebeu.
D: Como você percebe a sua evolução como escritora?
I: Eu perdi o medo. Agora, se isso é evolução ou retrocesso, já não sei. Hehe A Ilana de antes interpretava textos de muitos escritores com naturalidade, mas tinha dificuldade de mostrar os próprios. Hoje, ela assumiu e mostra a alma já sem vergonha. Porque poesia é isso, é despir-se de máscaras e conceitos e mostrar seus sentimentos. Certa ou errada, hoje me sinto mais à vontade para isso.
D: Qual a importância da leitura na tua vida?
I: Eu sou filha de professora de letras. Desde cedo cresci rodeada por livros e fui muito incentivada a ouvir, ler e contar histórias. Brinco que cresci em cima dum palco, mas foi mesmo. A primeira vez que interpretei publicamente uma poesia eu tinha 9 anos nos de idade, interpretando um poema de minha mãe, num evento da Academia Lítero-Cultural Taquarense, da qual a Marisa (Marisabel Lehn) é membro. E depois, devido minha afeição pela poesia, também me tornei integrante.
O primeiro poeta que li foi o Dilan Camargo, na escola ainda. Anos depois, nos reencontramos, dessa vez não em páginas divertidas, mas dividindo palco em saraus. Então a poesia nos aproximou outra vez. O Dilan fez a crítica do meu primeiro livro, o Alérgicos… Bom… pensem na realização de vida da Ilana criança. Hehe.
[…] de diferentes tipos de atividades distribuídas entre os três dias. No domingo (16), Ilana Lehn, que escreveu o livro “Quê?!“ é uma das autoras que estará […]
CurtirCurtir