No Dia de São Francisco de Assis, comemorado neste 4 de outubro, nunca foi tão necessário lembrar de alguns ensinamentos deste santo na oração que nos convida a termos mais amor, compreensão, luz e compaixão por todos os seres, especialmente os animais, que por sua fragilidade e dependência dos humanos merecem nosso olhar carinhoso e acolhedor.

Em meio às tragédias climáticas e humanitárias, é preciso reaprender o desprendimento e o desapego e voltar a atenção aos incapazes de se defender sozinhos. A natureza, em sua sabedoria ancestral, nos sinaliza os caminhos, mas a maioria das pessoas segue por atalhos imediatistas e esquece que não está sozinha neste planeta.

Somos meros instrumentos do divino, negligenciado a vida a serviço da ganância, o que nos torna piores como humanidade a cada dia que passa. Sem enumerar os casos absurdos de maus tratos e morte aos animais e ao seu habitat, ressurge em alguns pontos a mão compassiva de voluntários e profissionais dedicados à preservação e resgate desses seres senscientes que conosco convivem.

E os incluo prioritariamente, assim como qualquer ser humano que precise de ajuda. São todos iguais nas suas diferentes espécies, ainda que alguns possam esbravejar, contestar, cancelar, brigar e condenar quem pense, se mobilize e aja em nome da sobrevivência desses cães, gatos, elefantes, baleias, golfinhos, pássaros, macacos, cavalos e muitos mais, centenas já em extinção.

Levar amparo e socorro aos animais abandonados torna-se uma tarefa tão nobre que poucos se habilitam ou têm sabedoria e desprendimento para levar adiante tal atividade voluntária e repleta do mais puro amor. Conheço alguns envolvidos com a causa animal que mereciam ser canonizados e outros, ignorantes sem causa, que deveriam ser excomungados… e jamais eleitos.

Mas acredito nos bons e, mais ainda, no amor incondicional dos animais pelos humanos, em sua maioria algozes da natureza, incapazes de zelar e lutar por eles, preservando apenas a grama do seu jardim, de olho na do vizinho que parece sempre ser mais verde, hipocritamente postando imagens do seu lindo pet nas redes sociais.

Que a oração de São Francisco ilumine a todos:

“Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor,
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão,
Onde houver discórdia, que eu leve a união,
Onde houver dúvida, que eu leve a fé,
Onde houver erro, que eu leve a verdade,
Onde houver desespero, que eu leve a esperança,
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria,
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, fazei que eu procure mais
consolar que ser consolado;
compreender que ser compreendido, amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe
é perdoando que se é perdoado
e é morrendo que se nasce para a vida eterna…”