Nas trevas da ignorância

Cinco anos após a pandemia de Covid-19, que exterminou mais de 7 milhões de pessoas no mundo, ainda ouço incrédula alguns comentários tão absurdos quanto o próprio negacionismo que resiste e persiste. Melhor nem citar as aberrações que reverberam entre alguns e que podem fazer ressurgir as malditas assombrações de um passado recente.

Mas há quem acredite em sombrias e falsas informações. E há, também, quem as invente, como num filme de ficção. Assiste quem quer, com o discernimento e o conhecimento que tem. A maioria desses, obviamente, sem nada na massa encefálica que deveria servir para a análise e reflexão inteligente da vida e dos fatos.

Nem uma trágica vivência, como a pandemia e outras mazelas, corrigem a ignorância, essa sim, um mal a ser banido com educação e respeito, estudo e responsabilidade, diálogo e inteligência. A mentira não ilumina, não reverbera em meio à sabedoria. Morre de inanição quando não é alimentada.

O caminho parece mais árduo em meio a tantas informações que jorram diariamente por todos os canais virtuais, sem a menor checagem e confirmação da maioria dos usuários, presas fáceis para disseminar e compartilhar qualquer coisa, que pode ou não ser verdade.

Pensar e analisar deveria ser uma disciplina obrigatória, uma atitude inquestionável em qualquer escola, em qualquer idade, em qualquer lugar. Em praça pública, como faziam os filósofos mais renomados da História. Um púlpito para debates e diálogos frente a frente, sem cancelamentos, sem xingamentos, sem desaforos, sem donos da razão, com direito até de discordar de tudo e de todos, sem perder a chance do aprendizado.

Contra mentiras, fakes news e demais aberrações que circulam e, provavelmente continuarão a circular cada vez mais neste mundo da Inteligência Artificial, só há uma saída: informação, leitura, checagem, comparação e muita paciência contra os obscurantistas que idolatram as trevas por medo do que a luz possa revelar.

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