Criar literatura é uma tentativa de recriar a realidade por meio da linguagem. O escritor utiliza sua imaginação – seja ela total ou parcial – para narrar fatos através de sua perspectiva única.
A obra literária não pode imitar literalmente os seres humanos em ação, tarefa que compete ao teatro e ao cinema. Sempre será uma narração que relata ou representa eventos que ocorreram ou poderiam ocorrer, adquirindo, assim, uma personalidade singular ao ser contada.
Podemos observar que a literatura enfrenta há décadas três grandes desafios que a maculam com três vícios notáveis:
- Formalismo – A arte literária se autossustenta por suas formas, independentes de seu conteúdo. É a concepção de que a literatura se resume à linguagem pura e simplesmente, sem considerar outros elementos.
- Niilismo – A rejeição das convicções e valores. Nenhuma crença ou ideia oferece um sentido consistente e positivo para a experiência humana.
- Solipsismo – A crença de que apenas o Eu e suas convicções existem.
Portanto, nem a prosa nem a poesia se limitam a estruturas verbais puras, pois dependem da dimensão cognitiva da obra literária, que é a relação desta com o mundo e a realidade dos quais ela surgiu. Sem essa conexão com o mundo e a realidade, a obra literária não existiria.