Para Simon

Poderia falar, hoje, sobre política, tarifaço, gentalha, hipocrisia, canalhas, bananas, café, laranjas, árvores, meio ambiente, guerras, extraterrestres, inteligência artificial, economia, drogas, segurança,  bets e uma infinidade de coisas que você assiste todos os dias na TV ou na sua pobre rede social… e até aplaude!

Mas tenho optado por valorizar, comentar, brincar e conviver cada vez mais com os animais. Todos os animais, menos o bicho homem, com algumas exceções. Sim, são eles, os animais, em sua natureza bondosa e ingênua, instintiva e verdadeira que nos ensinam o que é convívio, respeito, disciplina e amor incondicional.

Nada contra o ser humano, um projeto que não deu muito certo, vamos admitir. Há gente boa no mundo, claro, talvez aquela meia dúzia de amigos com quem você interage sinceramente e um ou dois familiares. E olhe lá!!!

Por isso, tenho escrito pouco sobre as agruras deste mundo virado do avesso e pensado cada vez mais sobre a alegria genuína que é conviver com quem importa e nos acolhe, humanos ou não.

Obviamente, os animais estão nessa restrita lista e nos ajudam a compreender em que mundo estamos vivendo. A via de mão única imposta pela ganância humana nunca me interessou.

Se ainda tiverem tempo (o bem mais valioso que existe), olhem menos a rede social e adotem um cachorro, um gato, enfim, um animal de estimação que possa conectá-los com a vida. Tenho certeza de que haverá mais colorido em sua existência, mais verdade em seus relacionamentos e mais alegria em todos os dias que esse animal estiver com você.

E quando ele partir, em idade avançada ou não, podem chorar mais do que no velório do seu vizinho, sem culpa ou remorso. E que fique decretado que cada um tem o direito de amar intensamente seus pets como membros efetivos da sua família. Essa mesma família, sim, que nem sempre corresponderá ou estará tão presente quanto eles.

Longe dos resmungos de quem “prefere gente”, eu reassumo meu compromisso com os animais e, claro, com algumas poucas e essenciais pessoas da minha vida, das quais também não abro mão. 

Aquelas poucas pessoas que sempre estarão ali, como os animais, mesmo que distantes, mas farejando de longe a nossa presença.

Da saída à chegada, haverá olhos e ouvidos atentos, vigilantes, esperando por nós, assim como aquele amigo que te liga todos os dias para saber como você está, esbanjando afeto, e como o cãozinho que abana o rabo freneticamente, aliviado, porque sabe que você está vivo e retornou para casa.

* Para o meu querido cachorro Simon, que partiu no final de julho, todo o meu amor e essa crônica para reforçar em palavras o que o coração guarda de melhor em gratidão a tudo que fez por nós!

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