[Artigo] Representatividade negra nas telas: a revolução necessária para as crianças

* Por Marcelo Monegal

Neste Dia Consciência Negra, precisamos refletir sobre o papel da representatividade nas telas, especialmente para o público infantil. Acredito que a imagem que as crianças veem no entretenimento tem um impacto profundo na construção de sua identidade e valores. Em um país tão diverso como o Brasil, é essencial que as produções audiovisuais representem nossas múltiplas realidades, oferecendo aos pequenos heróis e heroínas que refletem suas histórias e seus sonhos.

A série “Super Buby” nasceu desse entendimento e da urgência em trazer uma personagem que, além de ser divertida e inspiradora, represente um ponto de identificação para crianças negras. Buby não é apenas uma jovem heroína; ela é uma força que fala sobre aceitação, orgulho e pertencimento. Ao vê-la, queremos que crianças negras sintam-se representadas e valorizadas, com a certeza de que podem também ser protagonistas de suas jornadas, enfrentando desafios e promovendo mudanças.

A representatividade negra nas telas vai além de ser apenas um símbolo; é uma necessidade para o desenvolvimento de uma infância mais justa e igualitária. Crianças que se enxergam em seus heróis aprendem a confiar mais em suas capacidades e ambições. E não se trata apenas das crianças negras – a diversidade na tela permite que todas as crianças, independentemente de sua cor, vejam que o mundo real é plural, com várias culturas, cores e vozes.

Nesse sentido, cada obra que traz personagens e narrativas do povo negro ajuda a romper com estereótipos, estimulando o respeito e a empatia desde cedo. Acredito que os conteúdos infantis têm o poder de contribuir para uma sociedade que valoriza a igualdade e a inclusão como pilares fundamentais. Representatividade não é um detalhe ou uma tendência; é uma mudança de perspectiva que deve permear todas as esferas do entretenimento e da educação.

Por fim, meu desejo é que o Dia da Consciência Negra não seja apenas um feriado nacional, mas um lembrete diário do caminho que ainda temos a percorrer para que a inclusão seja uma realidade para todos. “Super Buby” é uma pequena parte desse movimento maior, que busca construir uma geração mais empoderada e solidária. Que possamos, juntos, continuar criando narrativas que celebrem a riqueza e a diversidade que compõem nosso país.