When I´m 80 years old

A minha primeira crônica do ano não é para falar de Réveillon com praias e rodovias lotadas ou de previsões do que poderá, ou não, acontecer feitas por esses ditos videntes que ganham uma boa grana para dizer obviedades ou barbaridades. Bem, mas nisso acredita quem quiser.

As minhas primeiras palavras escritas neste site na primeira semana de 2024 são para dizer e homenagear os octogenários Sir Paul McCartney, Milton Nascimento e a Garota, agora coroa, de Ipanema, Helô Pinheiro. São apenas três exemplos de longevidade. Alguns um pouco melhor de saúde, outros já sem muita força física e outros, ainda, com um vigor e uma beleza de dar inveja a qualquer quarentão ou jovem de menos idade.

Só quem viu um Beatle pela primeira vez, como eu, em dezembro do ano passado, no terceiro show extra em São Paulo, sabe do que estou falando. Aos 81 anos, Paul e a banda escancaram talento, simpatia, empatia, respeito, educação e, claro, música que emociona, principalmente, nós, os fãs dos Beatles. Porque Paul McCartney representa e encarna todos os Garotos de
Liverpool no palco, inclusive utilizando a Inteligência Artificial para cantar com John Lennon. Acredite, se quiser, é claro.

Foto: Allan Calisto/Estadão Conteúdo

Milton Nascimento, aos 80 anos, já encerrou suas turnês, mas também foi prestigiar o ídolo da mesma geração como se fosse um adolescente ouvindo Beatles pela primeira vez. Cada um em sua trajetória, com suas diferenças e limitações, com seu ritmo e determinação, nos dando a certeza de que a vida só acaba quando termina ou quando terminamos com ela, independentemente da idade.

Já a eterna Garota de Ipanema, agora uma coroa, como ela mesma se define, dá uma aula de como saber envelhecer sem se apegar no passado de beleza e fama que terminam, inevitavelmente, para qualquer um. Em plena forma e ainda com uma aparência de dar inveja a qualquer influencer deslumbrada, Helô Pinheiro desfila pela praia com leveza, assim como Paul sobe ao palco para cantar, ofuscando qualquer celebridade atual de gosto musical duvidoso.

Certo é que poucos chegarão aos 80 como Helô e Paul. São referências que atestam não se sentirem com a idade que têm. Confesso que nem eu. E acredite, ou não, em 2024 ingresso no clube dos sexagenários o que só me motiva a continuar correndo, malhando, indo a shows, à praia, viajando e festejando com a família e amigos cada fase e ciclo da vida, com as alegrias e limitações que chegam, obviamente, em qualquer idade.

A vantagem é que em breve poderei pagar meia entrada para ver meus ídolos, octogenários ou não, e ainda por cima ter estacionamento acessível reservado para “idosos” e até fila exclusiva para os prioritários. Parece piada, mas podem passar à minha frente na fila do supermercado que eu não me importo, ao menos enquanto eu tiver condições e vitalidade para aguentar de pé. O resto, é bônus da natureza. Acredite se quiser, claro!

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