Em tempos de guerra e outras catástrofes, há iniciativas que comovem pelo desapego, compaixão e empatia.
Aqui mesmo, em Porto Alegre, ontem, 19 de outubro, foi um dia memorável para ficar na história. A inauguração do novo hospital Nora Teixeira, da Santa Casa, marcou os 220 anos do complexo e um ato de doação que serve de exemplo a qualquer um, tenha muito ou pouco dinheiro.
São 80 milhões destinados por Nora Teixeira e Alexandre Grendene para uma unidade que atenderá majoritáriamente pacientes do SUS, com equipamentos da mais alta e moderna tecnologia.
Só isso bastaria para ser referência mundial de amor ao próximo. Abrir mão de alguns milhões para investir em um serviço público de saúde exige mais do que dinheiro, exige a coragem de deixar o egoísmo de lado para enxergar além da própria vida.
Na sequência desse gesto, outros empresários e cidadãos comuns seguiram doando quantias de todo valor, e a campanha segue, aprimorando a qualidade desse complexo hospitalar de ponta em pesquisas e procedimentos em diferentes áreas da saúde.
Para além dos holofotes que a iniciativa gera, está o ensinamento da impermanência, pois daqui nada levaremos após a morte.
E, se nem isso convence os mais abastados deste mundo, que o exemplo desses abnegados doadores possa dar consolo e assistência à quem, por destino, a vida não contemplou com fortuna ou salários dignos para cobrir as necessidades básicas.
Até porque, sempre é bom lembrar que caixão não tem gaveta.
Doe dinheiro, doe orgãos, doe vida, enquanto ainda estivermos todos por aqui.
Saúde!