Há uma vaca caminhando sobre o telhado. Logo adiante, uma geladeira, um carro e até uma casa inteira arremessados para bem longe com a força das águas.
Em outro país, furacões, tufões e calor extremo destruindo tudo! Gente derretendo nas ruas asfaltadas, atolando no deserto e sufocando em fumaça.
Cenário surreal, bizarro e desesperador, mas previsto e alertado há 40 anos, aproximadamente, sem qualquer providência de quem responde pela poluição do planeta. Sem eco, sem medo, sem respeito por nada e por ninguém.
A devastação alheia “não me interessa”, a não ser “que chegue no meu jardim e a água bata na minha bunda”. É assim que pensa a maioria, sim…!! Mas ainda restam os bons, os solidários, os decentes!
Aqueles que, mesmo sem ter, doam; mesmo sem família, adotam; mesmo sem fé, acreditam; mesmo sem forças, erguem muralhas!
É para esses que volto o meu olhar e minha gratidão, agora! E também aos que, voluntariamente, abrem mão do conforto e saem para salvar o outro, o desconhecido, tão próximo que comove e mobiliza estranhos parentescos.
E ainda que o planeta acabe por ação e culpa de seus habitantes, haverá uma pequena luz de esperança, tenho certeza, nesses que calam o choro e perpetuam a vida em pequenos e grandes gestos.
Difícil afirmar se haverá um novo mundo, aqui, mas acredito em gente nova, corações generosos, compaixão extrema e amor incondicional à natureza, talvez bem longe daqui, o que será uma benção ou um recomeço ou uma outra vida, mais digna de quem faz por merecer!