Outro dia em uma conversa com jovens de ensino médio sobre carreira fui surpreendida com uma pergunta “como é amar o que você faz?” Nos milisegundo iniciais enquanto pensava na resposta me veio em mente “será que eu entendi a pergunta? Como assim? Este jovem quer saber como é amar o que você faz? Quais são os parâmetros que este jovem já teve de trabalho?”
Para mim era tão natural a resposta que eu repeti a pergunta ao jovem para me certificar de que era essa a pergunta que ele queria que eu respondesse. E ele afirmou com a cabeça confirmando que era isso mesmo que ele queria saber.

Respondi muito espontaneamente o que ele me perguntara com base na minha experiência própria e pela vivência de acompanhar pessoas em seus planejamentos de carreira: “Amar o que você faz é se sentir satisfeito a cada dia, em uma ambiente de trabalho harmonioso, interagindo com elementos centrais do seu interesse. Quando você ama o que faz em seu trabalho ele é fluido, agradável, prazeroso. Geralmente você faz seu trabalho com maior desempenho gerando maior reconhecimento e retorno financeiro“.
Há uma frase muito conhecida do filósofo Confucio que também nos faz refletir sobre uma boa escolha de carreira pautada no amor: Escolha um trabalho que você ame e não terás que trabalhar um único dia em sua vida.

Sou uma verdadeira apaixonada pelas atividades profissionais que desenvolvo. Amo ser orientadora de carreira, amo ser professora da pós-graduação, amo escrever, amo dar palestras, amo participar de projetos sociais… sou uma apaixonada pelo desenvolvimento humano. E me enche de alegria contribuir para que pessoas encontrem seus caminhos profissionais e amem o que fazem.
Retomando a pergunta do jovem de ensino médio, passei a refletir que para quem ama seu trabalho, pode parecer óbvia a resposta, porém não é a realidade de muitas pessoas. A maior parte dos brasileiros trabalha em atividades que não ama, mas que precisa como meio de sobrevivência.

O meu desejo é que cada pessoa tivesse a oportunidade de fazer algo que escolha fazer, algo que ame de verdade. Que não escolha por única necessidade, mas por ter prazer em desenvolver determinada atividade, que se sinta bem e útil em trabalhar naquela área.
Amar o que você faz não significa estar 100% feliz com o que acontece eu seu trabalho, pois existem variáveis que fogem ao nosso controle. Em todo trabalho há dias melhores e outros piores e, mesmo que você ame seu trabalho, alguns dias serão mais pesados e difíceis. 70% do tempo as coisas vão andar vem e 30% talvez não e ok. O que não podemos é aceitar que 50% somente é bom ou menos que isso.


No último sábado estive conduzindo uma atividade com familiares de jovens vestibulandos, juntamente com minhas colegas, e foi muito maravilhoso. Eles dividiram angústias e perspectivas que veem para o futuro e querem apoiar os jovens nas suas decisões de carreira. Outra realidade que não é unânime nas famílias brasileiras. Posso dizer que eu e minhas colegas amamos orientar carreira. Foi lindo demais e recompensador!
Como filha de Igrejinha e voluntária da Oktoberfest, não posso deixar de encerrar o texto dessa semana com um exemplo de quem ama sua profissão e as causas sociais. O DJ internacional Alok que esteve presente na 32ª edição da festa mostra-se um grande apaixonado pelo que faz e o público que prestigiou pode perceber isto no show do dia 20/10/19. Ao final do show, depois de trazer muita alegria aos participantes, doou seu cachê como mais um voluntário da causa da festa, onde o lucro será revertido para entidades da região.
Se você ainda não ama o que faz, lembre que cabe muito em uma vida e que, ainda dá tempo de migrar para uma área na sua carreira ou uma nova onde você seja mais feliz.
Forte abraço de quem ama o que faz e que está aqui para contribuir!
Lu Linden